Wednesday, June 04, 2008

Contratos e Tolerância

Contratos "Fechados" = Baixa Tolerância

 

Contratos "Abertos" = Alta Tolerância

 

Estas regras valem em todas as situações. Desde contratos empresariais até matrimoniais. Uma relação onde as duas partes tem alcance fácil a um rompimento, tendem a desenvolver graus de tolerência muito maiores do que partes envolvidas em um contrato que não pode ser rescindido, ou que sua ruptura é muito difícil e dolorosa.

 

Em alguns casos não podemos evitar, mas seria aconselhável que todos os contratos que fizéssemos fossem fáceis de ser rompidos. Nós mesmos faríamos um esforço adicional para mantê-lo. Seriamos melhores para a outra parte.

 

Por quê brigamos mais e mais facilmente com irmãos, filhos, pais, esposos(as), do que, por exemplo, com nossos amigos? Por quê proferimos até mesmo um palavrão para aqueles, enquanto que mesmo chateados com estes, muitas vezes nos calamos.

 

Com os amigos nosso "contrato" é aberto. Com os familiares nossos "contratos" são fechados.

 

Devia ser ao contrário? Devia. Mas por imposição da lógica contratual, as coisas acabam desta maneira.

 

Alguém dirá, que brigamos com os filhos, por exemplo, porque devemos lhes ensinar veêmentemente o certo, que é nossa obrigação, enquanto que com os amigos não é assim.

 

Primeiro: Mas e os pais, os esposos(as), os irmãos? Qual seria a explicação?

 

Com estes devemos ser verdadeiros, poderiam dizer.  Isso implicaria falsidade com os outros. Admitiríamos ser falsos com tanta facilidade?

 

Segundo: Como ensinaríamos algo a um terceiro? Certamente de forma educada. Por quê com os próximos teria de ser ríspida?

 

Há pessoas que são ríspidas com os próximos e com os distantes. Assim como há pessoas que são amáveis com os mesmos. Meras diferenças de comportamento, de exemplo ou mesmo de personalidade.

 

Porém de forma geral onde existe o "risco" de cisão, haverá, no mínimo prudência com as palavras e com os atos.

 

O que acontece com um contrato em desequilíbrio? Um comportamento normalmente desequilibrado. Longe de ser uma obviedade, é um sintoma da regra geral. Uma parte buscando agradar a outra, não recebendo a contra-partida adequada. Chamamos ou denominamos partes "fracas" e partes "fortes".

 

O comportamento dos casais na fase de namoro e na fase do casamento se diferenciam na origem pelo modelo contratual. Primeiro um contrato aberto, tratado com delicadeza por ambas as partes. Depois um contrato fechado, e suas possíveis consequências.

 

O mundo dos negócios manda que sempre busquemos ser a "parte forte" do contrato, para "darmos as cartas". Em realidade é assim mesmo. Não é por nada que existe o velho adágio popular: "Quem pode mais, chora menos."

 

O problema é que no dia-a-dia nossas relações se dão por estas mesmas regras e não nos damos conta disso. Devíamos tratar todos nossos contratos como "abertos", mesmo que não fossem. A este comportamento bem poderia estar associada a verdadeira sabedoria da vida. Isto é "caridade". Isto é "Cuidar". Isto é dar sem esperar receber. Quando se abre mão de uma vantagem contratual – por mera liberalidade - é que verdadeiramente estamos sendo espirituosos. Estamos cultivando a reciprocidade. Daí que se origina a expressão: "Muito Obrigado!". Significando – Obrigado a lhe retribuir.

 

Analisando outros contratos:

 

Diante desta ótica é muito difícil conjugar "Temência a Deus" com "Livre Arbítrio". Que tipo de "contrato" temos nas questões religiosas? Sem dúvida um contrato fechado – que além de ser fechado é de um gritante desequilíbrio. E a parte forte não é o "crente". Tudo soa muito falso quando várias questões são confrontadas com a lógica.

 

Nesta visão – O Livre Arbitrio – que as religiões não souberam interpretar - é a forma que Deus encontrou para nos mostrar que nosso contrato com Ele é "aberto". Expressou ali a Sua verdadeira sabedoria, inteligência e caridade. Abriu mão, de uma só vez, de ser a parte "forte" do contrato. Não por liberalidade, mas por amor.

 

 

As Leis do Universo - A Conspiração - PARTE II

As Leis do Universo – A Conspiração – PARTE II

 

Existe uma neutralidade de forças. Elas estão lá para serem dirigidas. Se não fizemos nenhum movimento consciente, nosso inconsciente o faz. Nós nos acostumamos a determinados sentimentos e situações. A energia que nos acompanha de certa forma se "alimenta" dos sentimentos gerados por essas situações. Assim, atos repetitivos, sentimentos repetitivos não seriam ao acaso, e sim gerados a partir da necessidade de nossas "cargas" de energia. Isso bloquearia novos sentimentos, novas situações desconhecidas, e nos influenciaria e produzir as mesmas energias.

 

Com uma ação consciente, a partir do conhecimento, pode-se anular a ação inconsciente de realimentação de energia (não desejada) e fazer com que criemos um círculo de energia positiva, isso é, energia gerada a partir de um ato positivo (bom).

 

Com pouco esforço poderemos verificar e recordar que TODO o ensinamento que recebemos é de que a vida é sofrimento. Nesse ponto as religiões muito colaboraram. "O que é bom é pecado.", lembra? Pois é muito fácil concluir que nos acostumamos desde muito cedo a vivermos dentro de um círculo de energias não favoráveis.

 

Outro fato é que a vida nos reserva mais decepções do que conquistas, e como todos temos enorme dificuldade em lidar com as decepções e reveses, logo criamos uma forma de lidar com eles. A Psicologia explica que o ato de chorar compulsivamente após uma perda é condição fundamental para a superação do fato, é uma etapa que sem a qual o indivíduo não supera o trauma. O que é a Síndrome de Estocolmo (relativo a relação seqüestrador - seqüestrado) se não o aprendizado do indivíduo diante de uma situação negativa, de lidar com esse desconforto. Veja o alto grau de adaptabilidade do ser humano. E o analfabeto que impõe sérias dificuldades ao aprendizado somente porque está acostumado a sua condição.

 

Isso poderíamos chamar de interação do indivíduo com o meio. A troca de energia similares. Reposição do meio. Situações repetitivas. O meio nos induz a produzir determinada energia constantemente, e isso ocorre via de regra através de situações repetitivas. É muito difícil romper esse ciclo.

 


Então temos:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Esse é o ciclo vicioso do indivíduo com as energias que o cercam. Exige alimentação constante, são influenciados pelo meio e pelas experiências, que são influenciadas pelo meio, que é alimentado pelo indivíduo, que foi doutrinado pela ordem, que é o reflexo dos meios..........

 

Como a maré, ela sobe, ela desce, como o sol que nos ilumina dia a dia, como a lua, são leis, são perenes e imutáveis, são leis além da física contemporânea. São leis além da compreensão da Psicologia, da religião. (Aliás, a Psicologia tangencia essas questões, sem no entanto aprofundá-las, até mesmo porque foge-lhe o escopo).

 

São leis que regem o comportamento do indivíduo, sua "sorte", seu destino. São forças não visíveis, não quantificáveis, mas que nos afligem seus efeitos todos os dias e momentos, são tão evidentes, que podemos compará-las aos atos cotidianos de ler um jornal, e saber que sujaremos os dedos, de ligar um interruptor e "prever" que o ambiente se iluminará. É tão clara, que como amiúde acontece com as obviedades. Não são detectadas.

 

 

Harievillo Serya – Set 2001

 

 

 

 

                              

As Leis do Universo - A Conspiração - PARTE I

As Leis do Universo – A Conspiração – PARTE I

 

Ouvi certa vez uma teoria muito interessante sobre as forças do Universo, suas conseqüências e tendências. Não cabe aqui discutir em que circunstâncias me foi apresentada essa teoria, embora sejam muito interessantes também.

 

Mas a teoria diz mais ou menos o seguinte: "O Universo conspira a nosso favor."

 

Explorando um pouco mais esse conceito compreende-se que as forças existentes no Universo, estão presentes para nos ajudar, para sermos felizes. O que  temos de fazer é termos consciência desse fato e "exigir" destas forças o seu auxílio. Sabermos que temos esse direito. Segundo quem me expôs essa tese, porque não pedimos para vir ao mundo, assim quem nos trouxe que se encarregue de nos proporcionar os meios e a felicidade. Disse ainda que esse é um conhecimento que poucos tem, por isso de tanta infelicidade, disse mais, que a ordem que o homem criou é que perverte essa lei, criando obstáculos a que as pessoas creiam que isso de fato é assim.

 

Bonito, não?!

 

Será que isso explica porque algumas pessoas tem sucesso e muitas, mas muitas, tem fracasso?? Será que isso explica nossas agonias ? Explica como algumas pessoas recebem as coisas "no colo" ??

Mas como essa lei poderia ser verdadeira, se o bem de alguns, pelo menos segundo nossa ordem, significa o mal de muitos, ou a sorte de uns o azar de outros??

 

Talvez porque a lei tem prevalência, é anterior, a ordem criada.

 

Salvo os incapacitados, todos poderiam se beneficiar disso. Ou até mesmo esses.

 

Mas o que me parece é que os indivíduos que "conhecem" a lei, a conhecem em um nível inconsciente, isso é, essa sabedoria já vem com eles. Não sei se pode ser adquirida.

Para obter, aí segundo minha ótica, não pode haver insegurança, não pode haver medo, pois o indivíduo tem a "força" conspirando a seu favor.

 

Eu mesmo já relatei que em uma determinada situação senti os meus passos guiados, como se alguém estivesse me orientando, tinha certeza do que estava fazendo, porque estava fazendo, e não me sentia inseguro. O que não sei é porque de repente essa "energia" cessou. Bem, mas enfim, o fato é que senti isso, (antes de Ter qualquer contato com essa teoria), e sei que era inconsciente.

 

Por outro lado, na ordem em que estamos todos incluídos, o sucesso de uns certamente implica no fracasso de outros. Mas isso é um problema da ordem, não da lei do Universo. Quer dizer que se todos tivessem "conhecimento" da lei a Ordem seria outra.

 

Ao que me cabe, não nasci com o "conhecimento" da lei. Conclusão óbvia diante da enorme dificuldade de dar cada passo, de conquistar cada migalha. Pois segundo quem me explicou essa lei, não deveria ser assim, além das "coisas"  acontecerem, elas ocorreriam sem esforço. Acredita?!

 

É bom demais para ser verdade. Mas têm fundamento. Ah, isso tem.

 

Harievillo Serya - 02/09/01

 

 

Não sou o Leão !!

"À Noite, aqui na selva, quem dorme é o Leão."

 

Diz o refrão que é parte integrante de uma das magníficas músicas do filme O Rei Leão. Na verdade uma trilogia. Filmes maravilhosos.

 

Ela exprime toda a primazia e superioridade do "Rei das Selvas". É um tributo a seu status conquistado em milhares de anos de evolução. À noite só ele pode se dar ao luxo de dormir. Aos outros animais resta a vigilância, a prontidão. Qualquer ruído lhes alerta e faz com que grupos inteiros se desloquem na escuridão da savana.

 

Todos podem ser suas presas. Se não de um leão individualmente – de verdadeiras hordas deles. Caçam em grupo. São espertos, isto lhe garantiu a sobrevivência. Só os mais bravos procriam e anos e anos depois forma-se uma espécie com direito a fama que tem.

 

Leões dormem 20 horas por dia. Caçam quando tem necessidade. Vão à savana observar e seguir grandes grupos de herbívoros. Os Gnus são suas presas mais usuais. Pobres Gnus. Andam em grupos enormes, o que diminui a chance de um individuo em particular de ser abatido. Falsa proteção. Protegem-se na estatística. Grandes matemáticos estes gnus.

 

Os leões muitas vezes se posicionam próximo aos bebedouros. Sabem que os gnus e outros animais vão ter de beber – hora ou outra. Ficam lá. Deitados esperando.

 

Os gnus se aproximam junto com Zebras e Veados. Desconfiados. Sentem o cheiro dos leões e da morte. Unem-se, e mesmo sabendo da iminência de um ataque, como precisam passar por esta provação, arriscam-se.

 

Alguns são abatidos. Exceto os búfalos, em que quando um deles é atacado os outros voltam-se contra o agressor – no caso dos gnus, ninguém volta para socorrer a vítima. Ela fica lá – estrebuchada e sendo devorada.

 

Os Leões – como a natureza e sua evolução os ensinou – atacam os mais fracos. Podem abater qualquer individuo, mas o seu alvo são os mais velhos, os mais jovens e os mais fracos. Por quê? Porque estes lhes opõem menor resistência e a chance de saírem da batalha do abate com algum ferimento é maior. Como na lei da selva não há impunidade – uma pequena lesão pode levar à morte por inanição. Ninguém irá caçar ou buscar água para um eventual leão ferido. Na verdade é visto como um concorrente a menos.

 

Como vemos, os leões também são bons estatísticos.

 

Sentamo-nos ao sofá, sintonizamos um determinado canal de TV e podemos assistir a tudo isso. Nos maravilhamos com o desenrolar da natureza e com as possibilidades humanas. Como pôde o homem superar estas verdadeiras bestas? Estas máquinas de matar? Um bípede, lento e suculento?

 

Não há como não nos orgulharmos enquanto espécie de termos saída do cardápio, tornarmo-nos donos do restaurante e podermos provar qualquer item servido ali.

 

Não comemos leões somente porque a carne bovina é mais saborosa e economicamente é melhor criar boi do que leões.

 

Escolhemos os leões como entretenimento e não como comida. Esta é a sua função no nosso fictício restaurante. Um animador. Não é muito diferente do que acontecia nos bárbaros eventos da antiguidade. Mudaram os atores somente.

 

Nosso regozijo, porém, também é pura ficção. Nós na verdade somos os gnus.

 

Nós não somos os leões.

 

Andamos em bando. Quem se atreveria a atravessar alguma região de nossas cidades a só. Nem de dia, quem dirá à noite?

 

Ao chegar em casa, de carro, ao acionar o portão da garagem, parecemos aqueles gnus assustados a caminho do bebedouro, olhando para todos os lados e a qualquer sinal de perigo deixamos de chegar na nosso própria casa para "dar um tempo".

 

Nos camuflamos – como as zebras e suas listras em que ficando lado a lado, o leão acaba por não definir onde começa uma e termina a outra. Colocamos filmes de proteção nos nossos automóveis, com o motivo principal de confundir o bandido. Ele tem a mesma lógica dos leões quanto ao risco a assumir. Não conseguem discernir sobre a nossa fragilidade ou não. Deixam-nos passar. Bandido estatístico!

 

Nós trabalhamos para o nosso sustento. Como os gnus que passam os dias pastando, criando os filhos e adubando a terra. Os leões, como os bandidos, refrescam-se para quando houver necessidade, atacar.

 

À noite, nos trancamos em nossas casas. Atentos e vigilantes a qualquer sinal estranho, dormimos preocupados. Fazemos de nossas casas fortalezas. Tudo para nos protegermos dos donos da escuridão. Aqueles que podem dormir a noite – se quiserem.

 

A lei humana ainda é mais severa do que a natural. Caso um gnu mate um leão será um ato de defesa heróico. Os búfalos quando reagem a um ataque dos leões muitas vezes os ferem mortalmente – pois avançam 10 ou 12 indivíduos contra uma leoa que os espreita.

 

No mundo humano seria um linchamento.

 

Nós não podemos nos defender. Não podemos usar armas. Onde já se viu um gnu poder se defender de um leão – com seus dentes de 7 cm e suas garras afiadíssimas.

 

Ao matar um leão – perante a nossa lei – este Gnu seria processado. Homicida seria acusado. Sua vida viraria um inferno, mesmo que ao final fosse absolvido.

 

O Estado por definição, não natural, nos tolhe a defesa. Criam-se na raça humana os indivíduos Gnus e os indivíduos Leões.  A Presa e o Predador.

 

E eu, que ao assistir deliciado estes documentários, pensava que era o Leão.

 

 

 

21-10-2007

 

 

Vinicius de Gonzaga

Gostaria de estar em paz...

Gostaria de estar em paz...

Gozar um momento de sossego, com as coisas resolvidas.

De contemplar o entardecer, sem medo, sem preocupação com o amanhã.

De olhar ao redor e não ver o contexto, apenas o observar.

O que eu daria para o tempo não ser o que é? Tempo e circunstância.

Por que a vida é esse amontoado de problemas que temos de resolver?

Todos devem se perguntar, eu creio. Nosso dia a dia não permite questionamentos, apenas seguir em frente. É a nossa missão. Mas quem deu essa missão?

Que odiosa ordem é essa?

Dói a alma ao pensar nisso. Gostaria de romper essa ordem, mas não posso. Estamos aqui para ganhar dinheiro, poder ..... cicatrizes.

Qual o remédio para a alma, talvez pequenas fugas. Ninguém, ou poucos tem coragem de enfrentar essas verdades. A maioria nem as vê. Tão programado é, para seguir em frente. Mas mais corajoso é, aqueles que como eu, sabem, e prosseguem. Coragem, ou covardia, pois seguimos apesar de discordar do caminho? Não sei. Sei apenas que gostaria de não Ter a visão de questionamento. De não enxergar.

Viver é pois sinônimo de perseguir.... e perseguir.... e alcançar. O que mesmo??

Será que é olhar para trás e ver o monte de pedras que tivemos de remover?

Veríamos um caminho tortuoso, montanha acima, e na sua margem um amontoado de pedras na maior parte do percurso. Essa é a nossa realização. Olha, acredito que alguns possam Ter uma visão diferente, mas 99% devem ver isso, 99 dos que olharem para trás, pois a maioria ainda nem olha, nem sabe o que está fazendo... não tem noção.

Gostaria de estar em paz. Não me cobrar a cada hora que estou desperto. Não olhar para os meus filhos e me ver tão devedor para com eles. Será que terei como resgatar essa dívida?? No fim do caminho saberei.

Por enquanto, tenho removido pedras, como as tenho. Grandes, pequenas, de todos os tamanhos e de todos os matizes.

A vida, essa é a vida. Esse ínfimo momento, esse longo caminho, essa ordem.

Gostaria de estar em paz.

O processo da vida é anti-entrópico!!

Na leitura do livro - A Nova Física e o Espírito - do físico gaúcho Moacyr Costa de Araújo Lima, deparei-me com esta afirmação do autor.  Ele defende ou explora o fato da vida, ser por natureza um processo de alta organização. O minimalismo neste caso não existe. Por quê?

 

Se tudo o mais tende ao caos, ao caminho mais fácil, mais simples, por quê a vida segue este sentido contrário?

 

Parece-me que não existe nada maior no mundo do que uma divisão do tipo, vida e não-vida. Tudo pode ser dividido desta forma. Não existem 3 reinos, existem 2: O dos seres vivos, e o reino dos não-vivos/inanimados. Um é regido pela organização, o outro pelo caos. Sua composição em um nível mais baixo é a mesma, mesmas moléculas, porém orientadas, tocadas pela vida – de um lado e por outro, ao sabor do acaso.

 

Um segue um caminho regido pelo minimalismo, o outro seguindo uma linha altamente complexa. Contra a entropia há a vida gerando energia, usando de processos entrópicos para fazer mais vida florescer. Há aí um equilíbrio como se a não vida dependesse da vida e vice-versa.  Reformulando, existe não vida sem vida, mas não existe vida sem não vida.

 

Quem faz esta divisão, quem disse à algumas moléculas para se juntarem, se organizarem e se multiplicarem? Quem criou a primeira bactéria? De onde se criou a primeira bactéria?

 

São perguntas que não podemos responder... São perguntas, cujas respostas estão muito além da nossa capacidade de compreensão. É difícil aceitar nossas limitações, mas parece ser esta a verdade e o destino de um sem número de gerações a nossa frente... Nos resta instigar, propor soluções, estudar todos os mecanismos e pistas existentes...  Parece-me uma situação, semelhante, explicar a uma criança de 3 anos,  o que os nossos melhores físicos e matemáticos sabem hoje,   Como você responde a esta criança, quando ela lhe pergunta o que é a Lua? Pois esta é tipo de resposta que podemos conceber quando nos perguntamos sobre como são os mecanismos que fazem e regem a vida. Não há uma resposta fora do contexto, porém estamos incapacitados de compreender o contexto – então não podemos entender a resposta.

 

O mundo é assim... Vida e não vida...  Podemos mais facilmente compreender os caminhos da vida depois da bactéria original ter se sofisticado um pouco mais, ter se tornado um ser mais complexo e diferenciado.  Aí aplicamos Darwin, Caos, o processo minimalista do mundo natural, a entropia e fica fácil explicar os últimos 3 bilhões de anos.